sexta-feira, 11 de abril de 2014

Ensaio breve de um ex-amor



Eu poderia ter tido todos os sonhos com você. Mas a vida me ensinou a não molestar-me por tão pouco. Não machucar-me por tão pouco. Não desistir por tão pouco. Não deixar de ser eu mesma. Havia muito caminho ainda para percorrer. Muitas pedras para trilhar, um mar imenso para desbravar. E aí aparece você e tenta afogar-me em um riacho?
Faça- me o favor. E faça mais. Não me faça rir. Deixe-me viver a vida, que minha mãe me ensinou muito bem como se cuidar. Sei fazer minha trança e usá-la como escape. Sei fazer meu próprio banho da juventude. Ela começa quando lavo a alma; de você, de suas promessas quebradas e jogadas aos leões.
Não preciso de príncipe se for para me torturar. Não preciso de sessões de terapia, um bom capítulo de Sex and the City já me acalma. Tudo bem, eu me acalmo. Sou mulher, preciso de liberdade e dessa ânsia de viver. Sua solidão não tem espaço aqui, pois todos os sonhos competem muito lugar com ela. Faço chamego em mim mesma se for preciso. Não necessito de consolo. Aliás, antes que você confunda as coisas, esse é meu pedido de salvação: se não puder resgatar meus lábios jamais, por favor, nem venha.


Vanessa Preuss

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