sexta-feira, 23 de maio de 2014

A DIFÍCIL MISSÃO DE SE AMAR E ACREDITAR EM VOCÊ


Você lê histórias de empreendedores. Veste sua melhor roupa, não sai de casa se um detalhe está fora do lugar. Treina seu melhor sorriso na frente do espelho, cumprimenta as pessoas da forma mais recepcionista possível.
Eu entendo a indisposição que você anda sentindo pela vida. Tudo anda difícil, você não recebe o salário baixo demais. Ninguém te ouve, você não tem um monte de fãs para gritar pelo seu nome e te encher de presentes quando te veem no aeroporto ou na esquina de sua casa. Na verdade, sim, eu sei, você é só mais uma na multidão. Isso é conflitante, afinal você merecia o primeiro lugar do pódio. O que você andou fazendo de errado? Como as pessoas não veem o inacreditável poder que você tem?
Parece que estamos diante do nosso próprio espelho, não é mesmo? Todos nós, sem exceções, nos perguntamos a respeito disso em algum momento de nossa vida. Por que, onde, quando e como, quase como se fosse uma entrevista para um jornal. Mas essa é a pergunta que você se fará- se já não fez- em algum(ou muitos) momentos de sua vida.
Quando eu tinha  14 anos, eu me perguntava sobre como eu poderia ser como as garotas das revistas. Eu queria ser autoconfiante, influente, especial. Mas eu mal sabia o que eu era, onde eu queria chegar e porque. Aí fica difícil, né..hehe Felizmente, com o tempo fui me conhecendo e o medo lentamente foi passando. Hoje posso dizer o quanto é bom assoprar velinhas. Me sinto confiante, amadurecida, mulher, mesmo sendo nova. Me considero muitíssimo curiosa e corajosa, e remeto isso à muitos livros que li e situações pelas quais passei quando era ainda um simples brotinho.
EXEMPLO:
Meu livro de infância que mais me marcou foi A Bolsa Amarela, de Lygia Bojunga. Exatamente como eu, a garota do livro não sabia o que queria ser. Queria ser menino, ser escritora, crescer, e mais um punhado de coisas. E começou a guardar todos os seus sonhos dentro de uma bolsa amarela. Na minha imaginação, talvez sem eu mesma perceber, eu também conservei essa bolsa. Fui enchendo de tudo quanto era coisa: meu sonho de ser jornalista, escritora, de viajar pelo mundo, de tirar carteira de motorista, me vestir melhor,  emagrecer, aprender línguas diferentes, fazer um homem suspirar por mim..haha Enfim, coisas de menina. Alguns eu já realizei. Falta um bocadinho ainda. Mas, como eu faço para realizar meus sonhos? Como faço para me tornar influente, conquistar as pessoas sendo eu mesma e fazendo o que eu gosto?
Simples. Faça o que você ama. Coloque seu coração onde você quer estar, atualize-se constantemente, seja resiliente. Essa palavra aprendi a pouco tempo atrás e desde então anda povoando grande parte dos meus textos. Diferente de ser persistente, ser alguém resiliente é, acima de tudo, saber dar a volta por cima mesmo com a dificuldades. Como se fosse um degrau que você sobe quando enfrenta a adversidade, entende?
Parece que não, mas é simples assim.  Você pode- e vai- sentir medo no começo, mas como eu sempre digo, se não fosse tão bom de nada valeria as borboletinhas que você sente no estômago. Engula o orgulho, siga em frente, use as críticas para te elevar e faça! Só quem chega lá sabe que o caminhar é muito mais valioso do que qualquer chegada.

 
Beijocas, 
 
Vanessa
 
 

quinta-feira, 22 de maio de 2014

A MULHER, O SEXO E O TRABALHO


Em alguns momentos de minha vida- e atualmente confesso que muitos- me pergunto sobre a correlação que existe entre a mulher e o sexo. Mais: também me pergunto sobre o papel que a mulher está exercendo nas empresas, e em quantas dela ela assume o posto de diretora. Ouço rádio e em uma estação bastante conhecida disseram recentemente que uma pesquisa revelou que os homens são melhores com números e as mulheres com palavras.  Particularmente concordo com essa frase, porém- e veja bem esse porém - isso não é regra. Há homens que escrevem escandalosamente bem e mulheres que dão show em muitos marmanjos quando o assunto é usar a cabecinha antes de pegar uma calculadora.
Pois bem, o que me levou a escrever esse texto foi uma –triste!- situação que presenciei com meus próprios olhos a respeito da mulher chefiando cargos altos em uma empresa. Dias desses, ao acaso, entrei em um site de transportadoras que presta serviços para a empresa onde trabalho. Em todas as filiais que a mesma atendia, estava, além do número de telefone e endereço, o responsável pela mesma. Fui prontamente instigada a verificar minha dúvida correlativa. Já estava apreensiva com o que iria ver a princípio, assumo, porém consegui me assustar ainda mais. Sem mentiras, havia pelo menos vinte filiais desta transportadora espalhadas pelo RS e Brasil afora. Quantas delas eram chefiadas por mulheres? NENHUMA. No máximo, havia uma ajudante feminina citada abaixo. Mas cargo máximo, zero mulher. E eu fui instigada de novo, e me senti pressionada a pensar- e agir- a respeito.
A pergunta que não cala é por que. Por quê? Por quê? A mulher foi condenada a prestar somente serviços domésticos? A mulher não tem lugar neste espaço? A mulher- Deus do ceu- não tem essa capacidade? Estou amargamente me condenando a perguntar se os homens realmente ainda vivem esse conceito pré-histórico. Será que ainda somos subjugadas somente para o sexo? Categoricamente, parece-me que curvas, seios e cabelos compridos servem quase que absolutamente somente para o coito. Jamais podem administrar uma empresa, não tem capacidade para tal. A diferença entre homens e mulheres em cargos de empresas é exorbitante, e isso ainda reflete uma realidade que já evoluiu muito, por incrível que pareça.
Homens tem, sim, potencial para administrar um empresa. E muito bem. Mas mulheres também. Todos nascemos com características mais desenvolvidas para um e outro trabalho, e em meu próprio ponto de vista – talvez em meu próprio exemplo- eu seja melhor em palavras do que em cálculos. Mas isso não significa que eu não saberei fazer um quando for preciso. O fato de eu dispor mais por algo não significa que eu não tenha competência para outro.
Ao fim de meu questionamento interior, eu abro a página do facebook e vejo fotos de mulheres posando com biquinho -não as julgo em hipótese algumas porque o mesmo já me acometeu-, em roupas curtas, com modelitos sensuais. Nos comentários, milhares de elogios de gata, gostosa, Uiii, uau. Então eu paro para ver o mesmo com os homens. Raramente um homem é chamado de lindo, gostoso, sexy e ademais em uma foto. Nunca vi um homem fazer biquinho em uma foto. A não ser que seja criança. Se pararmos para pensar, nós mulheres já fazemos errados ao elogiarmos nossas próprias amigas com palavras tendenciosas.  Estamos sendo sexistas conosco mesmas e depois indo à guerra desejando que nos tratem de forma séria. Aí também se brinca, não é mesmo?
Eu adoro salientar que amo ser mulher e adoro minhas curvas. Mas por mais que eu também ache o corpo da mulher mais chamativo que o do homem, não há nada que me faria considerá-la somente um coito inesquecível.  Ao contrário, eu poderia considerá-la uma parceira à altura de negócios. Claro, há o instinto, a natureza humana e por aí vai. Na natureza também é assim. Mas somos racionais, e o mesmo inspira-nos a ver as coisas com olhos claros e pacifistas. Qual é o papel da mulher? Se ela quiser ficar em casa, tudo bem. Ser doméstica é um trabalho extremamente louvável. Agora, se ela quiser sair e administrar uma empresa, tudo bem TAMBÉM. Temos todas as características que um homem teria para isso. Até porque homens que executam profissões destinadas principalmente às mulheres arrasam na grande maioria das vezes-leia-se cabeleireiros, maquiadores, etc-.  A polêmica e os pré-conceitos se formam só lá na nossa cabecinha teimosa. Nascemos acostumados com essa realidade, muitos se acomodam, mas isso não significa que essa realidade não possa mudar. Não que os homens devam ser tirados de seu cargo. Jamais! Até porque acredito que sejam competentes o suficiente para estarem lá. Mas há muita areia para mexer, e muitas mulheres poderiam exercer papéis fabulosos como CEOS e diretoras de empresas. Isso não pode ser estranho para nós. Isso não pode ser um mito para nós. Caso não começarmos a pensar diferente, e deixarmos de fazer poses para usar uma roupa- e atitude profissional-, nada vai mudar. Nem o seu salário.
 

 Vanessa Preuss

A JUVENTUDE

"É sempre a mesma coisa. As roupas espalhadas sobre a cama, os sentimentos involuntários, o tempo que passa e ricocheteia na minha cara. Nada muda, exceto o pinheirinho que cresce ao lado da janela do meu quarto. Talvez seja por isso que eu perceba o tempo passando. Não saio daqui a tempo. Não vejo motivos para sair. Minhas roupas estão ficando gastas,e não consigo me dar razões para comprar novas.

-Quem iria querer me ver assim?

Não me depilei até minha mãe perceber e me puxar pelo braço em uma corrida alucinada até o banheiro de meu quarto. Minha sobrancelhas estão grossas, desalinhadas. Não vejo minhas amigas a dias. O que importa? Estou de férias. Três meses de total reclusão. Quem saiba eu possa fazer um diário sobre como aprender a ressuscitar, ou sobre como manter os hábitos oriundos das cavernas. Que maravilha! Provavelmente deve virar um best seller. Janto na cozinha por obrigação da minha mãe, tudo que me faz sair de meu quarto é culpa dela. Eu me englobo em um mundo só meu e depois de engolir alguns fiapos de comida forçadamente, me dou por satisfeita e alego precisar voltar. De volta ao meu martírio, meu quarto, minha doce e cruel cama. Minha mãe já se acostumou, diz somente que quer me ver melhor até a volta às aulas. Eu murmuro um som ininteligível, treino de minhas aulas das cavernas. Isso mesmo, best seller. Meus lençóis nunca me pareceram tão acolhedores como nesses últimos dias.

E me resta apenas um mês. Volto e me cubro até a cabeça."
 
Beijos,
Vanessa Preuss

terça-feira, 20 de maio de 2014

A RAZÃO SOBRE PORQUE É IMPORTANTE TER SONHOS NA VIDA


A vida não é um mar de rosas. Nunca foi para ninguém. Quando você é criança, apenas tem a ingenuidade aguçada e não percebe isso. A Barbie não custou para seu bolso, o carrinho de controle remoto parecia estar na vitrine especialmente para você. Só quando sua mãe e seu pai começaram a negar, é que vieram os problemas. Você não entendia por que, afinal não tinha feito nenhuma maldade. Não puxou o cabelo do coleguinha, secou a louça que sua mãe tinha pedido. Por que seus pais não lhe compraram o que tanto você queria?
Seus primeiros problemas apareceram junto com as lágrimas. Depois o bico, e o ódio por ver que seus pais não deram bola e até puxaram sua orelha quando você fez escândalo demais diante da vendedora. Acontece que você nem imaginava o que a vida seria a partir de então. Quando você aprende o valor do dinheiro, das coisas, das pessoas e do trabalho- fora milhares de outras que não vamos mencionar aqui- você aprende o que é ser adulto. Você percebe que precisa trabalhar duro se quiser enriquecer ou apenas viver bem.
Mas, e quando o trabalho não te traz tudo aquilo que você sonha? Carros potentes, roupas de grifes, tudo aquilo que você vê na TV? Certo, você se para diante de sua realidade. Olha para seu bolso, e percebe que ganha mil reais por mês. Você não é rico. É apenas um adolescente, um jovem adulto, e não pode comprar o mundo.  Depois de passar algum tempo reclamando dessa situação, você percebe que isso não muda nada também. O que está acontecendo de errado, afinal? Qual é a diferença que há entre você e as pessoas bem sucedidas?
Vou confessar que eu também já fui assim. Minha primeira lição de vida eu aprendi com Bill Gates ao ler um texto onde ele dizia como se tornar rico. Uma das lições que eu jamais esqueci foi que antes de desejarmos conquistar o mundo, precisávamos aprender a arrumar nosso quarto.
Pausa para um tapa na cara.
Achamos sempre que a vida dos outros é mais fácil. Melhor, com menos problemas e mais prazeres. Enganamos a nós mesmos sem perceber. Só colocamos o lado bom da vida nas redes sociais, e só vemos o lado bom das pessoas nas redes sociais. Então, quando algo difícil acontece e precisamos passar por uma provação, geralmente nos entregamos. Mas esse é apenas o começo das coisas que irão acontecer com você. Como você vai ficar se já desistir no começo?
À medida que os anos passam e amadurecemos- pra não dizer envelhecer-, somos destinados a enfrentar milhares de provações, se sujeitar a dezenas de dificuldades e segurar a onda mediante um punhados de críticas que aparecem. Não é fácil, e muitos desandam antes mesmo de começar. Para não afrouxar já na primeira esquina, criei uma listinha de coisas que me incentivam e me encorajam continuadamente a persistir. Diz um sábio que o melhor sempre está por vir, e eu emendo que isso acontece bem antes quando a gente dá uma forcinha. Acredita nisso também? Então siga os passos abaixo:

*Você precisa de um alicerce maior que uma escada;
*Você precisa de um sabor mais doce que o de um pote de chocolate.
*Você precisa de suporte físico, e espiritual.
*Você precisa acreditar fielmente em algo se quiser sobreviver nesse mundo.
Quer mais?
*Você precisa aprender a flutuar para cima, e não para baixo.
*Você precisa começar a fazer as coisas com as próprias mãos. Precisa aprender a parar de se comparar demais com as pessoas, ou futricar demais na vida delas.
*Precisa aprender a se amar. Mudar o que for preciso, realçar ainda mais o que já está bom.
*Você, mais do que ninguém, precisa acreditar fielmente em você. Fazer propaganda de sua própria imagem, criar coragem de falar em público.
Acredite, até os mais experientes sentem medo. Eles abraçam as oportunidades mesmo assim, e é isso que faz deles vencedores. Se você quiser vender sonhos, picolés ou imóveis, comece agora. O que te faz grande sempre é o tamanho do teu sonho. Por isso persista. Insista. Seja resiliente. A vitória é daqueles que se arriscam, que saem de sua zona de conforto, que fazem mais do que desejam. A vida e o mundo sempre será daqueles que jamais deixam de sonhar.


E então, concorda comigo?

Beijos,
Vanessa Preuss

segunda-feira, 19 de maio de 2014

A MULHER INCRÍVEL


Ela é uma mulher incrível: nunca sabe o que usar, demora séculos para se arrumar. Escolher a maquiagem é função meticulosa, precisa dos melhores pincéis, base, um creme hidratante, pó iluminador. E isso ainda é nada. O dia mal começou. Há muita coisa para se fazer, é início de semana. Há ainda o perfume, a roupa, os acessórios para combinar. A bolsa está pronta. Um bom homem pode a acompanhar, que se não tão bom assim for, ela vai sozinha. Sua agenda anda cada vez mais cheia, o dia corrido, e ela ainda arruma tempo para passar no supermercado, pagar as contas e correr até o salão de beleza perto de casa para hidratar os fios recém pintados.
Sorri para os vizinhos, se der tempo pára para conversar. Porém, ainda que a noite esteja caindo, ela precisa trabalhar. Checar o email, responder as mensagens do facebook, preparar o dia seguinte. Ser dona do próprio nariz é difícil, mas quem disse que isso não é o que ela mais quer? Ela entra dentro de casa, tira a roupa lentamente visualizando cada gesto refletido no espelho. As aulas de Yoga estão funcionando, pensa com carinho. Já emagreceu dois quilos, que eliminar mais três. Enquanto vai seguindo lentamente até o espelho, puxa uma peça do toalheiro para se secar mais tarde. Qual sabonete irá escolher? Hum, ela tem uma pequena dúvida. Cheira as embalagens com profusão, até finalmente escolher o cravo. Quando está totalmente nua, seus seios se eriçam e ela entra na água. Fecha os olhos, esfrega cada parte do seu corpo com uma esponja porosa e esfoliante. As pérolas de banho amenizam o dia que teve, e ela só sai de lá quando o telefone toca pela segunda vez chamando seu nome. Se cobre com uma toalha felpuda, calça uma pantufa cor de rosa e vai até lá. É ninguém mais que seu cliente mais novo, solicitando-a no dia seguinte para escolher as cores da parede de seu novo escritório. Uma decoração que surgiu de última hora, que a faz sorrir lentamente. Ela o acalma, explica todos os passos para ele e e promete passar lá no dia seguinte.
Na sala, liga o rádio em uma estação calma e relaxante, e anda até seu quarto para se cobrir. Não se veste logo; ao invés disso, desliza uma loção em seu corpo e começa a lambuzar-se com os dedos. Se o homem perfeito ainda não apareceu, ela não vai se preocupar. Passa-o entre seus seios, desce à barriga, o interior da coxas e o bumbum. Depois, olha-se na penteadeira e se sente livre. Sente-se bem assim, apesar da idade já madura, dos filhos que não vieram e que deveriam estar por vir. Mas na vida não há regras, pensa. Ela escolhe seu melhor perfume e passa algumas gotas. Usa uma langerie nova, a que guardava para ocasiões especiais. Sim, aquela era uma ocasião especial; ela estava viva, de bem consigo mesma, e com tudo em dia. Tinha fechado um ótimo negócio na semana anterior, feito duas palestras, pegado uma criança no colo e ligado para sua mãe. A noite descera linda hoje, e a lua começava a brilhar pelo vão da janela com mais força nos últimos minutos.
Ela deita-se em sua cama, lembra-se então que Dakota, sua cadelinha de estimação, ainda está no pet shop. Deve voltar amanhã, então tudo bem. A vida anda indo melhor do que ela imagina, ela está aprendendo a falar a terceira língua e anda visitando com mais frenquência alguns países. O medo e a solidão é um mal que não a assola mais. Enquanto isso, ela decide ler uma passagem de seu novo livro, de sua vida sem prescrições. Bebe a champagne que a beija de volta na boca com suas contas suaves e secas de amor. Sua última noite de sexo é só mais uma lembrança pouco nítida, visto que sua vida anda sendo tão excitante que só o tempo para decidir se valeria novamente a pena se apaixonar por algo que não fosse simplesmente.. A  vida.
 Beijos de uma mulher que também se ama tanto quanto a vida,
 Vanessa Preuss

sexta-feira, 16 de maio de 2014

QUAL A RAZÃO DA TUA VIDA?

 

Em tempos onde o tempo não para nem para consertarmos a dor de um coração perdido, parece que o tempo diminui mais cada vez mais para dedicar-nos ao que realmente amamos. São negócios, horários a cumprir e metas tão longas a tão curtos prazos que dificilmente sobra tempo para sequer pensar no que gostamos. Trabalhar no que se gosta, então, é para poucos; muitos se escravizam atrelados à rotina de um trabalho que não lhes dá prazer sem sequer tentar dar um passo em direção contrária.
À medida que o tempo passa e você cresce, porém, os questionamentos- e dúvidas e arrependimentos- vão ficando mais fortes.
Afinal, por que nãos nos dedicamos ao que amamos? Será por medo de largar o emprego com garantias? Medo do que os outros irão pensar? Medo- credo- de não dar certo? Aprender que isso é absolutamente natural e que o medo existe em cada um de nós já é um grande passo que damos. Trata-se apenas de nosso instinto gritando pela sobrevivência em meio à selva da vida, algo comum desde os tempos em que vivíamos nas cavernas, quando logicamente, a vida era muito pior. Concordo, sim, que o medo não seja absolutamente bom. Porém, se não fosse por isso não estaríamos mais aqui, compreende?
O medo é algo que podemos controlar.
Mais complicado que não correr atrás do que se quer e passar um pouco de medo é se arrepender profundamente quando a nossa vida estiver se esvaindo desta para outra.
São pensamentos bobos, mas que me questiono:
Se tanta coisa mudou desde lá, por que não mudamos a nossa perspectiva de vida? Por que não fazemos o que gostamos?
Ah sim, eu lembro. Há a casa. Há os filhos, as contas para pagar e o aluguel, que não pode ficar para trás. A vida é uma correria, você não tem tempo para parar e pensar no que gosta. Não? Então me diz, onde sua vida encontra sentido? Onde estão suas forças maiores, e onde você as desarma quando o mundo parece cair às suas costas?
Obviamente, nada do que começamos por nossa própria conta é fácil. Sofremos com o medo do mercado, das carências que temos no início, da não aceitação. Mas ninguém, absolutamente, é totalmente ovacionado de pé. Nem pelo próprio vizinho. Nem pelo amigo, imagina pelas pessoas que não nos conhecem?
Você é um estranho: te encaram de nariz franzido, testa torta, olhares 40 e todos. Para chegar onde deseja, você tem de provar porque merece estar aqui. Porque merece crescer, ser seguido pelas pessoas nas redes sociais, na rua, ter um fã-clube, mulheres lindas e homens malhados correndo atrás de você (ok, exagerei..haha)
Mas é simples assim: você precisa aprender que se quer ter algo, é só você mesmo para fazê-lo. Onde e como, seu coração quem precisa saber. Para quem também, e principalmente porque. Acima de tudo, deve haver uma razão pelo qual você agarre sua empresa com todo o amor e brade seu nome com glória. E uma boa especificação de porque ela pode ser boa para os outros também. Quer o segredo? Está aqui.
Eu não sei, e nem você. Mas temos a vida inteira para descobrir. E se isso que faz seu coração dar cambalhotas vacilantes e faceiras que só você entende, continue seguindo em frente.
 
 
Beijoos,
 
Vanessa Preuss

quarta-feira, 14 de maio de 2014

SOBRE ANIVERSÁRIOS E FINAIS DE ANO


 
Geralmente eu costumo refletir muito em aniversários e finais de ano. Na vida, nos meus sonhos, e eu tudo que estou fazendo para realizá-los. O que eu estou fazendo pensando agora? Hahaha.. Não é meu aniversário, tampouco final de ano. Já passamos quase metade dele, estou terminando um livro, encorajando-me a perder alguns quilos, batalhando para o inglês penetrar na cabecinha.
Tive alguns avanços: Fiz uma promessa no final do ano, criei uma página para colocar minha vergonha alheia (que vergonha boba, garota!) no papel para todo mundo ver. Não foi tão terrível como eu pensava. Ao contrário, ando recebendo alguns elogios que me motivam e me elevam mais alto que o último andar do maior edifício de Tupandi (certo, um pouco mais que isso). Também estou lendo meu segundo livro em inglês, confesso que por vezes com a ajuda de meu amigo tradutor online, mas digo firmemente que é uma sensação maravilhosa e libertadora.
Ando me perguntando ultimamente com muita força sobre o que desejo ser. Aliás, perguntar-se a cada dia o que você deseja ser é um bom caminho para começar. Onde você pretende se ver nos próximos anos, e principalmente, o que precisa fazer para chegar lá. Tem as respostas para me dar? Anda calçando as botas direitinho? É melhor dizer que sim. O frio está chegando, e com ele- e todos os invernos que passam por você- você vai aprendendo a ser teu maior crítico. Eu costumo dizer que é bom, afinal de contas, você se dedica muito mais para que tudo fique melhor. E mais valioso, com seu diferencial irrefutável e admirável. Contam os cálculos que somos 7 bilhões de seres humanos, e cada um de nós existe com suas peculiaridades. Ninguém é completamente igual a você, absolutamente ninguém. Já parou para ver quanto poder temos dentro de nós e nem percebemos?
Por que então  não fazer o que você ama com o seu trabalho, ajudando pessoas do seu jeitinho? Garanto que vale muito a pena. Até mais que isso: garanto que o tempo vai passar, e você não precisará gerar fontes de desespero pelos fios brancos e as pequenas rugas que forem aparecendo com os passar dos tempo. Quando você cria a certeza que está fazendo o seu trabalho certo, isso passa a ser indiferente, um mero detalhe. E as pessoas vão lentamente vendo teu exemplo.
Como nunca ninguém encontrou um jeito de adiá-lo, ou de adquirir a fonte da juventude eterna, o bom é se mexer, e aproveitar o quanto ainda somos jovens e saudáveis para fazer- e acontecer. Eu costumo dizer que uma boa e discreta maquiagem ajuda, junto com um casaquinho e vestido preto básico no corpitcho. Se você for homem, pode não entender. Tudo bem, isso é segredo de mulher. ;)
O que importa é se mexer. O você está fazendo – ou esperando- para acontecer?
Deixe a resposta nos comentários!
 Um beijo do fundo do meu coração,

Vanessa Preuss

 

segunda-feira, 5 de maio de 2014

UM RELATO SOBRE SER MULHER- E APRENDER A CRESCER


Quando eu nasci, meus pais não sabiam o que eu era. Perguntaram para minha mãe e ela respondeu que era um menino pelos pulos que eu dava. Meu pai já tinha até o nome de macho para mim: me chamaria Nardele. Nome especial de um rapaz do Paraná, que jogava futebol e que ele admirava quando novo. Mas eis que ao meio do caminho, aconteceu o improvável: não nasci menino. Havia uma equivocada perereca abaixo de minha cintura, e contrariei todas as expectativas.
Meu pai se surpreendeu. Nem engravidar de mim eles esperavam, então o nome já escrito no papel deveria ser mudado às pressas. Bons pais que são, quando eu nasci eles me aceitaram de braços abertos, me amaram muito, deram-me o nome de Vanessa. Nos primeiros anos de minha vida morei em Santa Catarina; depois, fui para o Mato Grosso. Voltamos para Santa Catarina novamente, e de lá, viemos para Tupandi, no Rio Grande do Sul. Pequena cidade de quatro mil habitantes, tinha menos ainda na época. Cresci e comecei a ir na escolinha, a estudar e fazer amizades. Eu era ingênua e feliz. Minhas brincadeiras era pega-pega e amarelinha. Quando fui crescendo, minha mãe acostumou-se a vestir a mim e a minha irmã com as mesmas roupas. Não éramos gêmeas, mas até o cabelinho tigelinha era igual. Indignada, pedi para ela mudar quando já estava mais crescidinha. Comecei a escolher minhas próprias roupas, e trabalhei para ganhar meus primeiros trocadinhos.
Não beijei na boca até meus dezessete anos. Puxa vida, não? Não. A primeira vez que apareci conversando com um menino na frente de casa, lá pelos quatorze anos, meu pai enlouqueceu. Fiquei meio traumatizada, mas também sempre tive vergonha dos meninos. Resolvi dar um tempo. Tudo bem, eu não precisava deles até então. Ao invés disso, escrevia poemas no meu velho caderno. Saía com minhas amigas. Diverti-me muito com minhas amigas. Fui paquerada algumas vezes, um menino quase morreu de amores por mim. Ok, ele sobreviveu e eu não me culpei por isso.
Um certo e lindo dia, voltei da biblioteca e fui paquerada por um homem desconhecido que me ofereceu quinhentos reais para “dar um rolé por aí.” Emudeci. Certo, ainda consegui ser educada, dizendo: “Não, obrigada.” Cheguei em casa aterrorizada e morri de vergonha de contar para minha mãe. “Como os homens podem ser assim?”, pedi. “Alguns deles são”, ela me respondeu e me calei, mesmo sem entender.Anos depois, me apaixonei pela primeira vez. Beijei um garoto duas vezes, e ele quis me tirar do baile para “dar uma volta”. A tal da volta tão comentada e alertada por minha mãe. Homens assim são cretinos, sem vergonhas, cafajestes. Distância deles! Eu fiquei me perguntando como alguém tinha coragem de propor algo assim de supetão. Voltei para casa e fiquei sem entender- novamente- como os homens podiam ser assim. Nada era como eu pensava.
Na primeira viagem de ônibus sozinha que fiz- aos dezoito anos!-, minha mãe estava com o coração na mão. E eu só estava viajando até a casa de minha tia em Dois Irmãos (uns 35km). Mãe coruja às vezes realmente é um problema. Não entendi esse estardalhaço dela ter tanto medo assim de que eu me perdesse, me sequestrassem ou coisa do tipo. Sentei no banco, e um homem sentou ao meu lado. Tudo bem, Vanessa. Não respire. Não se mova. Não olhe em sua direção que ele pode te estuprar. O homem virou para mim e começou educadamente a conversar. Mas disse-me coisas que eu não compreendi. Que mulher tem que se cuidar. Como assim, cuidar? Atordoada, escutei ele me contar as peripécias de ser mulher, sendo que- olha que engraçado!- ele não era. Então desci na minha parada de ônibus aliviada por ficar longe para sempre desse homem. A promessa de que as mulheres precisam a todo custo saber cozinhar não coube para mim. Queimei meu braço no cano do fogão a lenha de minha tia e voltei para casa com uma mancha terrível como cicatriz e lembrança.
Depois disso, peguei umas aulas práticas com minha mãe para aprender -de fato- a cozinhar. Pelo menos sei fazer pão, e me viro no feijão e arroz.  Aprendi a me maquiar. Aprendi que preciso me comportar bem. Aprendi que usar shorts curtos na rua significa que você é vulgar. Que batom vermelho é coisa de piranha, e mulher que se preze não sai de casa sozinha depois das dez. Aprendi muitas coisas que julgo competente, e outras que não. Aprendi por mim mesma que sou em quem devo julgar e competir a mim mesma o que eu acho bom. A vida é minha, não é mesmo?
Sou mulher, mestruo, tenho cólicas e vez ou outra, crises de terror com meu cabelo, minha pele e por aí vai. Sonho com minha própria casa, meu próprio carro, e não porque a sociedade me impõe isso, mas porque isso é algo significativo para mim. E acredito em meus sonhos. Se eles competem à mulher ou não, não interessa. Interessa meus sonho, minha alegria de viver e a razão pelo qual eu faço o que faço. Mulher que se preza merece tanto salário quanto seu marido. E tanto amor quanto o que eles também pedem em silêncio, no findar de cada noite. Acha que só as mulheres são carentes? Encontre um homem, e você verá que eles são tão dependentes quanto nós. Isso não é coisa de mulherzinha, e se você reparar bem, necessitar ser amado, aceito, respeitado e valorizado é um desejo de todos nós,  mas pelo qual as mulheres precisam batalhar muito mais somente pelo fato de serem consideradas ‘frágeis” e por nascerem com a dita cuja “perereca”.

E então, concorda comigo?
Um beijo!
Vanessa Preuss

sexta-feira, 2 de maio de 2014

A GAROTA DA CHUVA


 
O chão molhado pela chuva respingava lama para todos os lados quando ela batia suas galochas alaranjadas contra o concreto. Abaixo do guarda-chuva, a menina carregava um sorriso colorido demais para um dia cinza como aquele. Todos se espantavam com tamanha gentileza em seu olhar, andar, falar e tudo que terminar com "ar".
Naquela semana, a bolsa de Nova York havia caído; a Amazônia tinha um quilômetro a menos; mais um furacão havia passado pelo Japão; e a essa altura, mais uma bomba acabava de explodir em algum lugar do ocidente; mas quase nada, pra não dizer que nada, afetava o jeito inocente dela de ser. O tempo úmido não frisava seu cabelo ondulado e caramelo como um pacote de balas, e sua pele, aveludada como a de um anjo, parecia não possuir poros. A natureza havia beijado-lhe a face e presenteado-lhe com o melhor dos tesouros, a juventude.
Por isso havia quem a invejasse. As moças que já tinham idade para usar sutiã tinham raiva da mocinha de belos traços e caminhar elegante para sua idade. O bom gosto morava naquele pequeno corpinho de violão, e isso as irritava, pois, por mais que quisessem conservar aquela beleza menina de ser, elas não conseguiam e a viam esvair-se delas cada dia mais.
Ninguém sabia de onde ela vinha ou sequer pra onde ia. Nos dias de sol, ela não aparecia; porém, sempre que chovia, ou que o tempo tempesteava, ela dava o ar da graça. Há quem diga que ela é a encarnação do sol que quando cansa de assistir tudo lá de cima, desce aqui na Terra pra passear.
Nesse sábado, ela mudou a cor da capa de chuva, escolheu o azul, como o céu. As galochas ainda são as mesmas, mas o guarda chuva parece ter ganhado bolinhas brancas ou vermelhas, não importa. Ela deu boa tarde ao padeiro que na porta esperava os pães crescendo na cozinha; sorriu para senhora de dentes amarelos que trancava a floricultura; cumprimentou com um sorriso a filhinha dos donos da loja de animais. Depois seguiu depressa rua afora.
A rua era daquelas longas, do tipo que o garoto da banca de jornais de uma esquina talvez nunca veja a garota da loja de calcinhas da outra esquina, e assim, se o destino não preparar uma boa cilada para os dois, é provável que eles nunca se conheçam. É por isso que ninguém talvez saiba da alegria que ela traz, nem ela tem. Pois se eles não conhecem a garota da capa de chuva estranha, eu conheço e por ela choro. Não choro de dó, choro porque um dia, todo seu agasalho fora alaranjado como peônias, mas, a cada dia de caminhada na chuva, ela doava um pouquinho do seu colorido para colorir o mundo de quem a vê e isso a tinha tornado menos vibrante vagarosamente.
No início, ela era mesmo como o sol. Brilhante, radiante, forte. Agora, sempre que ela vem visitar seus velhos conhecidos, é sagrado deixar cor. E ela vai caminhando como se seus pés fossem lápis de cor ou gizes de cera que fazem de cada passo um risco de vida no preto e branco monótono e triste. Vai sem medo, sem preocupar-se em combinar as cores, sem medo de sair fora do contornado do desenho, segura de que é isso que ela tem de fazer. Segura de que as cores que ela aqui deixa, também a farão sentir-se bem; que seja se recolorindo um dia, que seja admirando tudo quando terminar; sua única certeza é de que ela está fazendo o certo. Sem dores, sem traumas. Só vida.
Ela acaba de passar por aqui, sei disso porque as lágrimas que derramo por ela estão adquirindo cor, acabam de se tornar violeta. Me sinto culpada por eu também estar roubando sua vida, me sinto culpada por viver e ajudar para que um dia ela se torne só um traçado sem preenchimento. Me sinto culpada mas, hoje mais do que nunca, me sinto viva. Me sinto viva como se um arco íris vivesse em mim.

 
Por
<3

quinta-feira, 1 de maio de 2014

SOBRE SE APAIXONAR

Gostar dói. Você muitas vezes vai ter raiva, ciúmes, ódio, frustração. Faz parte. Você namora um outro ser, um outro mundo e um outro universo. E nem sempre as coisas saem como você quer. A pior coisa é gente que tem medo de se envolver. Se alguém vier com este papo, corra, afinal, você não é terapeuta. Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível. Na vida e no amor, não temos garantias. E nem todo sexo bom é para namorar. Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar. Nem todo beijo é para romancear. Nem todo sexo bom é para descartar. Ou se apaixonar. Ou se culpar.
Enfim… quem disse que ser adulto é fácil? Melhor é aproveitar a vida, e fazer dela sempre a melhor que você puder.

Beijocas e boa sexta,
Vanessa