“Eu escrevo com o coração. Com a alma fajuta, os pés nem sempre estão no chão. Escrevo com a alma trôpega, o coração aos pulos. Escrevo com fé. Escrevo com imaginação, um bom prato de arroz e feijão. Escrevo porque acredito. Na vida, nos sonhos, nas pessoas. E escrevo porque tudo pode mudar. E finalmente, porque um dia, eu sei que a minha vida realmente irá mudar."
Brasil, janeiro de 2014. A 100km de Porto Alegre, capital de Rio Grande do Sul, uma garota ainda decide
o que fazer da vida. Estudante universitária, acaba de voltar de uma viagem a
São João do Oeste, SC. Lugar onde nasceu,
capaz de mexer e inspirar ideias de todo tipo em sua mente. Finalmente ela volta
à cidade de Tupandi, volta à rotina, ao ofício do trabalho. Volta a ser
secretária cinco vezes por semana, quatro semanas ao mês. E ela adora o
trabalho. Adora o que faz, mas as ideias não param de aparecer. Logo começam
novamente as aulas de Jornalismo na Universidade do Vale dos Sinos. Segundas e
terças neste semestre. Inglês nas quintas. Começam no próximo mês, mas as
mensalidades já batem antecipadas à porta. É a época perfeita para renovar o
cabelo, a alma, preparar a mochila para estudar. Que alegria!
Até que fevereiro
chega.
As temperaturas
começavam a baixar, mas eu sentia meu corpo ainda quente. Sim, aquela garota era
eu. A cabeça estava a um milhão, visto que eu tomara vergonha na cara para
colocar todos os textos que sufocavam dentro de mim para fora numa página do
facebook. Então vieram as aulas. E foi aí que veio a decepção. Quem já leu meu
texto “SOBRE DECISÕES E NOVAS ROTAS” sabe bem sobre o que eu digo.
Eu já tinha
trabalhado em um jornal. E foi maravilhoso. Mas esse maravilhoso não foi tudo,
e também não supriu as minhas expectativas sobre o que eu achava do Jornalismo.
Certo, talvez eu tivesse fantasiado um pouco mais em minha mente. Talvez eu
tivesse sonhado demais em minha cabecinha, visto que em mim isso era natural.
Mas, e na realidade, onde ficavam a expectativa pelo novo, pelo que realmente me desafiava? No fim, realmente não deu certo. Me frustrei, mas resolvi continuar a me desafiar. A página foi o primeiro passo: Pronto! Todos que colocassem meu nome ao topo da rede social agora poderiam me encontrar e conhecer minha história, independente do lugar em que estivessem no planeta.
Nem acreditei!
Que maravilha!
Comecei a
escrever enlouquecidamente todas as noite que estava em casa. Comecei a ver o
que realmente queria. No final das contas, percebi que eu estava mesmo certa:
minha sugestão de estar endoidando era verdadeira!
True sentence!
Que coisa absurda era essa de fazer uma página social um diário?
Não tem vergonha na cara, Vanessa?
True sentence!
Que coisa absurda era essa de fazer uma página social um diário?
Não tem vergonha na cara, Vanessa?
Mas.. Como não? Afinal
de contas, tranquei a faculdade para ficar à noite em casa e escrever. Escrever
tudo que me vinha à cabeça, tudo aquilo que meu corpo já exigia há algum tempo.
E todos os anos passados vieram à tona, toda a garota que eu tinha sido até
então e não reconhecia reapareceram. Todas
as inúmeras vezes que comecei a escrever um livro, textos amorosos ou não, até mesmo
xingamentos. Pensei:
E o agora foi
realmente o que eu sonhei.
Decidi decidir
até Julho se voltaria à faculdade ou não.
Então, hora de
decidir.
-O que desejas fazer da vida, sonhadora Vanessa?
E respondo com a maior cara de moleca:
-Adivinhe.
-Ué, como vou
saber?
-É um pouco
óbvio. (Continuo com a cara de moleca).
-Dá para
desembuchar de uma vez?
-Mas você fez
isso a vida toda até agora!
-Por isso mesmo!
-E agora?
-E agora o quê?
-Vai morrer de
fome?
(Eu indignada.)-
Claro que não!
-Como fará então?
-Ora bolas! Eu
trabalho! Escrevo nas horas vagas, e além disso, também tenho uma novidade.
-Uma novidade?
-Que novidade?
-Escrevi um
livro.
-Escreveu um livro?
-Escrevi.
-Uau! Quantas páginas?
-Passa de
trezentas.
-Trezentas?- com
espanto. O_o -Onde arruma pique para
tudo isso?
-Não sei.
Praticamente tudo me inspira.
-E tudo que te
inspira você coloca no papel?
-No facebook.
-(Rindo) Ah,
claro. Fico feliz por você.
-E VOCÊ ACHA QUE
EU NÃO? NEM ACREDITOO!
Então, está
decidido. Se eu me arrepender, volto
tudo de novo. Eu já tinha dito um dia aqui- mais precisamente no indicado
texto- que eu só tenho 21. Ainda só tenho 21-não vou revelar meu aniversário
para não ficar muito vermelhinha no dia, ok?-. Eu tenho muito tempo pela frente. Posso
escrever muito ainda, ou decidir que tudo isso é uma loucura e o que eu preciso mesmo
é de uma clínica. Enquanto eu não me convencer de nenhum dos dois, vou
continuar escrevendo. E me inspirando. E promovendo meu- novo e primeiro!-
livro. Acho que ter trocado duas cadeiras por um livro não tenha sido assim uma mal ideia.
O que vocês
acham?
Conto mais dele
nos próximos capítulos- isso se eu não estiver internada até lá.
Beijos,
Vanessa Preuss
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