quarta-feira, 2 de julho de 2014

O DIA EM QUE EU DECIDI MUDAR E FAZER TUDO DIFERENTE


“Eu escrevo com o coração. Com a alma fajuta, os pés nem sempre estão no chão. Escrevo com a alma trôpega, o coração aos pulos. Escrevo com fé. Escrevo com imaginação, um bom prato de arroz e feijão. Escrevo porque acredito. Na vida, nos sonhos, nas pessoas. E escrevo porque tudo pode mudar. E finalmente, porque um dia, eu sei que a minha vida realmente irá mudar."

Brasil, janeiro de 2014. A 100km de Porto Alegre, capital de Rio Grande do Sul, uma garota ainda decide o que fazer da vida. Estudante universitária, acaba de voltar de uma viagem a São João do Oeste, SC. Lugar onde nasceu, capaz de mexer e inspirar ideias de todo tipo em sua mente. Finalmente ela volta à cidade de Tupandi, volta à rotina, ao ofício do trabalho. Volta a ser secretária cinco vezes por semana, quatro semanas ao mês. E ela adora o trabalho. Adora o que faz, mas as ideias não param de aparecer. Logo começam novamente as aulas de Jornalismo na Universidade do Vale dos Sinos. Segundas e terças neste semestre. Inglês nas quintas. Começam no próximo mês, mas as mensalidades já batem antecipadas à porta. É a época perfeita para renovar o cabelo, a alma, preparar a mochila para estudar. Que alegria!


 
Até que fevereiro chega.
As temperaturas começavam a baixar, mas eu sentia meu corpo ainda quente. Sim, aquela garota era eu. A cabeça estava a um milhão, visto que eu tomara vergonha na cara para colocar todos os textos que sufocavam dentro de mim para fora numa página do facebook. Então vieram as aulas. E foi aí que veio a decepção. Quem já leu meu texto “SOBRE DECISÕES E NOVAS ROTAS” sabe bem sobre o que eu digo.
Eu já tinha trabalhado em um jornal. E foi maravilhoso. Mas esse maravilhoso não foi tudo, e também não supriu as minhas expectativas sobre o que eu achava do Jornalismo. Certo, talvez eu tivesse fantasiado um pouco mais em minha mente. Talvez eu tivesse sonhado demais em minha cabecinha, visto que em mim isso era natural.


                                    Poderia ser..

Mas, e na realidade, onde ficavam a expectativa pelo novo, pelo que realmente me desafiava? No fim, realmente não deu certo. Me frustrei, mas resolvi continuar a me desafiar. A página foi o primeiro passo: Pronto! Todos que colocassem meu nome ao topo da rede social agora poderiam me encontrar e conhecer minha história, independente do lugar em que estivessem no planeta.

                                               Nem acreditei!


                                           Que maravilha!
Comecei a escrever enlouquecidamente todas as noite que estava em casa. Comecei a ver o que realmente queria. No final das contas, percebi que eu estava mesmo certa: minha sugestão de estar endoidando era verdadeira!

True sentence!

Que coisa absurda era essa de fazer uma página social um diário?

Não tem vergonha na cara, Vanessa?

A resposta vinha imediata:
                     

                                             -Não!
Mas.. Como não? Afinal de contas, tranquei a faculdade para ficar à noite em casa e escrever. Escrever tudo que me vinha à cabeça, tudo aquilo que meu corpo já exigia há algum tempo. E todos os anos passados vieram à tona, toda a garota que eu tinha sido até então e não reconhecia reapareceram.  Todas as inúmeras vezes que comecei a escrever um livro, textos amorosos ou não, até mesmo xingamentos. Pensei:
                                                É agora!
E o agora foi realmente o que eu sonhei.
Decidi decidir até Julho se voltaria à faculdade ou não.
                                 O quê? Já estamos em Julho??
Então, hora de decidir.

-O que desejas fazer da vida, sonhadora Vanessa?

E respondo com a maior cara de moleca:


                                                -Adivinhe.
-Ué, como vou saber?
-É um pouco óbvio. (Continuo com a cara de moleca).
-Dá para desembuchar de uma vez?
              -Oh, Meu Deus, como você não vê? Eu quero escrever!!
-Mas você fez isso a vida toda até agora!
-Por isso mesmo!
-E agora?
-E agora o quê?
-Vai morrer de fome?
(Eu indignada.)- Claro que não!
-Como fará então?
-Ora bolas! Eu trabalho! Escrevo nas horas vagas, e além disso, também tenho uma novidade.
-Uma novidade?
E eu extrapolo na cara de sapeca.
                                             – Sim, novidade.
-Que novidade?
-Escrevi um livro.
-Escreveu um livro?
-Escrevi.
-Uau! Quantas páginas?
-Passa de trezentas.
-Trezentas?- com espanto. O_o  -Onde arruma pique para tudo isso?
-Não sei. Praticamente tudo me inspira.
-E tudo que te inspira você coloca no papel?
-No facebook.
-(Rindo) Ah, claro.  Fico feliz por você.
-E VOCÊ ACHA QUE EU NÃO? NEM ACREDITOO!
Então, está decidido. Se eu me arrepender, volto tudo de novo. Eu já tinha dito um dia aqui- mais precisamente no indicado texto- que eu só tenho 21. Ainda só tenho 21-não vou revelar meu aniversário para não ficar muito vermelhinha no dia, ok?-. Eu tenho muito tempo pela frente. Posso escrever muito ainda, ou decidir que tudo isso é uma loucura e o que eu preciso mesmo é de uma clínica. Enquanto eu não me convencer de nenhum dos dois, vou continuar escrevendo. E me inspirando. E promovendo meu- novo e primeiro!- livro. Acho que ter trocado duas cadeiras por um livro não tenha sido assim uma mal ideia.
O que vocês acham?
Conto mais dele nos próximos capítulos- isso se eu não estiver internada até lá.


Beijos,
Vanessa Preuss

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