quinta-feira, 3 de julho de 2014

O FABULOSO MUNDO DOS RELACIONAMENTOS- E O QUE PODEMOS APRENDER COM ELES


Se apaixonar é realmente coisa de cinema.


Digo isso porque é incrível perceber o quanto se cresce com um relacionamento depois de algum tempo. Depois da época das paixonites clandestinas, quando não somos mais criancinhas e passamos a ter responsabilidades maiores que o dever de casa da escola, tudo muda. O namora passa a ser sério, cobrado, julgado, doído. Passa a ser assunto meticuloso, que precisa ser tratado sobre panos limpos e brancos, numa mesa firme com bancos para sentar e uma boa visão da janela caso precisarmos de um escape. Mas você sorri porque vale a pena.


Apesar dos arranca-rabos inevitáveis, das cedências que preferíamos não ter feito, você sorri. Perceber como os anos nos fortalecem, como a gente aprende sobre dividir as coisas- principalmente a vida e o lado melhor da cama-, e sobre como ter uma pessoa ao nosso lado, faz a gente sorrir. Justamente porque nunca imaginamos que isso um dia poderia sacudir tanto com a gente.
Abdicamos das noites de cinema e pipoca com as amigas para estarmos com eles. Eles deixam de falar sobre carros quando estamos concentrados olhando um filme hiper mega romântico e imperdível. O amor realmente nos deixa meio bobos, não concorda?
E conhecer alguém tão profundamente quanto você mesmo é maravilhoso, porque você vai vendo que com o tempo vocês vão se parecendo cada vez mais. Você aprende algo com ele, ele com você. Você pega a mania tosca de fechar a porta do carro com cuidado, em poucos meses aprende mais sobre automóveis do que sabia em toda a sua vida. Em contrapartida, eles choram a primeira vez olhando um filme com vocês, e aprendem a fazer um almoço super especial somente para te agradar. E o que dizer de quando ligam velas?

                           Amor à primeira vista, não é mesmo?
Mais maravilhoso que isso é somente perceber  que vocês ainda tem muito a se conhecer. Mais maravilhoso que isso é ver que vocês tem muito tempo a passar junto, muitos lugares para visitar, muitos perrengues para enfrentar e desbravar. Nunca conhecemos alguém tão profundamente em sua essência. Sim, você conhece cada careta dele, cada sentimento que ele sente quando coloca o cabelo detrás da orelha com pressa. E o que dizer delas?


O jeito de cruzar as pernas. De passar batom. De ajeitar a franjinha meticulosamente para o lado. É, meu caro, você conhece cada reação, mesmo que às vezes não consiga entender. Por isso a necessidade tão forte de conversar e saber dos gostos da outra pessoa. Por isso a necessidade de passar um tempo olhando para seu rosto, como se fosse a primeira vez numa mesa de bar que conversavam à toa e bebiam cerveja. Um mimo às vezes faz muito bem, e os dias de convivência podem e devem relembrar os velhos tempos.
Ninguém disse que amar alguém é fácil. Mas amar alguém é uma das maiores artes da vida que podemos aprender. Se dedicarmo-nos profundamente a isso, podemos suprir toda a carência que tivermos. Podemos aprender muito, porque o amor ensina muito. Muito mais que a fé, a misericórdia, talvez até mais que uma amizade. O amor dedica-se a conhecer e tentar entender o sentimento da outra pessoa, mesmo que às vezes achemos isso impossível. Todos temos segredos guardados às sete chaves, e mesmo que não seja nocivo a um casamento e relacionamento, muito preferem não os expressar. É a escolha de cada um, e é parte de um relacionamento saber respeitar a individualidade de cada um. Sim, por mais que sejam casais, as pessoas precisam também da sua individualidade. Do seu momento sozinho no banheiro, no quarto, na vida. Daquela saída com os amigos, com o cachorro no quarteirão, a volta ou viagem sozinha que tanto sonhamos na infância ou adolescência. Pode ser em outro continente ou na sua tia que adora te paparicar. Pouco importa o lugar. Precisamos nos ceder às vezes simplesmente para não nos sufocar.

E não porque duas pessoas não se amam. Todo humano na face da terra, seja ela a pessoa mais sociável do mundo, precisa de um tempo a sós consigo mesma, seja para colocar as ideias em ordem, seja para olhar pelo lado de fora, seja para dar uma simples descansada. Precisamos puxar o ar para respirar, para nos renovarmos e depois voltarmos aos braços de quem amamos sem conflitos, só com amor para dar. Ter esse tempo para nós faz muito bem, e sem que percebemos, todo o melhor em que nos transformarmos acaba por refletir no outro também.
 

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