segunda-feira, 7 de julho de 2014

O MUNDO REAL VAI ACABAR EM 2015: SERÁ?


Essa noite minha mente pegou pesado comigo.


Acordei assustada, me deparei com uma luz vermelha brilhante bipando na minha frente. Perguntei:



                                       -Alguém ai?
Houve silêncio.

Até a criatura maligna responder:

- HAHAHA!

Calafrios. Paralisia geral.

Iniciei uma série de rezas para a maldição, fechei os olhos, pedi a benção de Deus. Quanto tomei coragem para correr até o interruptor, meu coração batia às pressas. Para minha salvação, ele não veio atrás, não esticou suas mãos longuíneas e compridas até mim e nem me comeu.
                                       Chuta que é macumba!

Não tinha nada ali.

Era o sono, só podia.

Era o dia cansativo, mesmo que sendo domingo, a visita maravilhosa à casa de meus tios, o congestionamento na volta, o frio que desceu inesperadamente. Era todo o cansaço acumulado, a emoção dos últimos dias de futebol (leia-se Copa do Mundo), uma profusão de sentimentos.

Toquei o interruptor rapidamente. O alívio foi infinito, a luz não explodiu, nenhum ser amaldiçoado me pegou. Só então fui me dar conta de que se tratava da televisão sobre a mesa da escrivaninha, serena. Olhei o relógio e eram apenas dez da noite. Eu mal havia pego no sono, lembrei que ainda olhava Fantástico e adormecera pouco tempo antes.

Mas incrivelmente, pareciam horas que eu estava distante dali. Horas mergulhada em outra dimensão, boiando em nuvens de algodão ou contando carneirinhos sorridentes. O sono foi tão profundo que acordar dessa forma me deixou tonta a ponto de fantasiar com a simples luz da TV quase inocente.


                                           Me acalmei!
Me mantive em pé, fui ao banheiro, depois até a cozinha tomar uma água. Meu namorado nem piscava na cama. Voltei, puxei a coberta até o pescoço. Mas não consegui dormir. Do que me lembrei? Ah, sim. Lembrei das conversas, o encontro com os familiares, o almoço de domingo. Também lembrei de um clique sobre uma notícia que falava a respeito da evolução (?) humana. O nome do dito cujo desenvolvedor dessa nova belezura: Palmer Luckey. Idade: 21 anos. Cidade: Califórnia. Peraí, mesma idade que a minha?


                                       Oh, My Good. Sim!
A ideia, no entanto, trabalhada desde os dezoito dentro da garagem dos pais, pouco mais inovadora do que até mesmo Steve Jobs já teve algum dia. A ponto de considerarem-na a grande evolução dos últimos tempos. A ponto de Mark Zuckerberg- o poderoso do facebook- pagar a bagatela de 2 bilhões de dólares para ter parte nisso. A ponto de abrir minha boca.


                                     Oi? Só 21 mesmo? Certeza?
Incrivelmente, a resposta é sim.
Palmer, Luckey ou como desejam chamarem-no, está desenvolvendo o Oculus Rift, grande promessa do futuro da nação. Segundo a revista Pequenas Empresas Grande Negócios, esse será um imenso negócio, que precisei, obviamente, compartilhar. Pelas palavras da mesma:


 “[...]O tal projeto chama-se Oculus Rift, um equipamento parecido com uma máscara de mergulho incrementada. [...]E como funciona a tal “coisa”?  Trata-se de uma mistura de um sistema estereoscópico 3D,  360 graus de visibilidade, som surrounding diretamente conectado aos seus ouvidos, e um software que atinge diretamente seu córtex cerebral.

Você pode estar deitado numa praia, com um Sol escaldante na cabeça. Mas se estiver usando o Oculus, poderá viver uma experiência “real” de estar esquiando no inverno suíço. Você sentirá frio e a sensação de estar encasacado, com o vento a lhe castigar os ossos.

Pensou em Matrix? É muito mais, você pode viver numa comunidade carente num canto qualquer do mundo e viver diariamente em Nova Iorque ou Paris.

O produto está nos seus testes finais e seu lançamento previsto para o primeiro trimestre de 2015. A Sony já anunciou que vai tentar criar um produto semelhante, e lançou um projeto que chama de Projeto Morpheus[..]”






                                                Esse mesmo!



                                                       E esse é o garoto!


Eu admiro esse garoto. Muito. Admiro a ideia de estar em Paris, Pequim, Londres ou Nova Iorque em um piscar de olhos. Mas, se isso realmente for verdade, o mundo realmente não será mais o mesmo em 2015. Isso me assusta por alguns motivos:

-Não estamos em 1800, nem 1980. Estamos na metade de 2014. Oi, só mais seis meses?
-Já conversamos com as pessoas muito mais virtualmente do que presencialmente. Como será estar onde quisermos estar? E o nosso próprio lugar, como fica?
-As empresas já estão deixando seus pontos físicos para apostarem num espaço e na divulgação da web hoje. Produção, poderemos abrir uma loja em Miami?
-O mundo está ficando cada vez mais automatizado, os romances não existem, todo problema é motivo para jogar tal aparelho fora e comprar um novo. Como a tecnologia está mudando a minha forma de pensar?
-Quando escreveremos novamente uma carta à mão, quando daremos um abraço em alguém, ou conversaremos sem desconectarmos ou tirarmos os olhos da telinha em nossa mão?
-Quanto lixo não estamos gerando diariamente? (Tenho muito medo mesmo dessa resposta).
Esses questionamentos me lembram de um filme que vi recentemente, chamado Wall-e. Todos os humanos foram ao espaço e o planeta Terra desenvolveu um robozinho muito simpático que ficou encarregado de limpar todo o entulho em que a Terra se transformou.

                                                      Me apaixonei!

Se isso acontecerá realmente ou não, estamos aí para ver- e crer.
Detalhe: eu não sou contra ela. Acredito que a tecnologia nos proporcionou muitos avanços, conseguiu diminuir a distância do mundo em que vivemos, permitiu muitas facilidades e conhecimento. (E eu adoraria conhecer tantos lugares em um piscar de olhos).
Porém, por outro lado, se não soubermos escolher entre todas as opções disponíveis a nós- vale ressaltar que não são poucos- tornaremo-nos ansiosos, depressivos, impacientes (se já não o somos). É como já se dizia anteriormente- e essa é uma máxima que nunca falha-: toda moeda tem dois lados. Resta saber escolher e arcar com as consequências que virão dessas boas-ou más- decisões.


Beijos,
Vanessa Preuss

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