Essa semana começa a Feira do Livro de
Tupandi, e evidentemente eu não poderia deixar de falar dela. Minha cidade
querida já está realizando a sétima edição desse movimento incrível que é a
leitura, e melhor que poder participar disso, é ver o quanto cresci junto com
ela nesses anos.
Além de fazer aniversário no dia do
livro (olha que bacana!), sempre me criei nesse mundo de fantasia, tanto que
hoje sou apaixonada não só por livros, mas também pela escrita.
Olha como são as coisas: eu tinha
dezesseis anos quando ocorreu a primeira Feira do Livro, lá em 2008. Me lembro
bem porque participamos de uma palestra que marcou muito a minha vida. Infelizmente
eu não lembro o nome do palestrante daquele dia (talvez se eu procurasse nos
arquivos da Prefeitura eu encontrasse), mas o que ele nos disse jamais saiu da
minha cabeça. Vou reproduzir aqui um texto que escrevi tempos atrás, mas jamais
publiquei, e como isso mexeu comigo.
“Certa vez, quando eu ainda estava no
Ensino Médio, ouvi uma palestra durante a Feira do Livro do nosso município.
Infelizmente, não sei dizer o nome daquele célebre palestrante, mas lembro de cor e salteada
cada frase. Ele brincou no começo, quebrou a seriedade daquele recente Centro
de Eventos lotado, e transbordou meu coração de informações. Eu tinha dezesseis
anos na época. Uma criança ainda em mente, que não sabia o que estava fazendo
da vida, com a inocência de quem se divertia como podia. Minhas amizades já eram verdadeiras,
mas minha ideias um pouco restritas. Pudera, aquele palestrante desconhecido ainda nos
lança uma pergunta:
-O que vocês querem ser da vida?
Tenho a impressão até hoje que me
abaixei imperceptivelmente na poltrona naquele momento, temendo que ele fosse
escolher alguém para responder. Sendo bem sincera, eu não sabia o que fazer na
vida. Já tinha trabalhado até ali cuidando de crianças e fazendo doces, mas
não, eu não sabia de nada do que queria da vida. E ele também não chamou
ninguém, graças a Deus. Apenas continuou falando, e minha mente processando cada palavra. Ele disse que queria nos ver
formados daqui a dez anos, não importasse no que fosse. E pode parecer bobo, mas aquele
foi um fardo bastante grande para mim. Tanto, que jamais esqueci. E mesmo não
lembrando o nome desse senhor, sinto como se devesse algo à ele. Logo depois de
me formar no Ensino Médio, corri para a faculdade, e hoje já se passaram cinco
anos desde esse dia. Cinco anos de muitos aprendizados, todos de alguma forma
se encaixando com que aquelas palavras que ainda zuniam (e zunem) dentro em mim. O que
vou ser? O que vou ser? Me vi diversas vezes perdida, sem saber sequer o que fazer,
mas aos poucos as coisas foram se encaixando.
Fui me moldando. No entanto, o tempo
em minha cabeça ainda está passando, como se quando eu fechasse os dez anos, eu
necessitasse levar meus comprovantes até ele e mostrar o que me tornei, mesmo
que não concluísse a faculdade. Em algum momento da minha vida, essa dúvida
teria que se encaixar. E mesmo que eu jamais volte a o encontrar, sei que
limitei esse prazo para mim. O que eu vou ser daqui a cinco anos? O que eu já
sou até aqui?
São perguntas como essas que acalmam
minha bile, e em alguns bons momentos, me fazem sorrir. Eu não sei quem é esse
homem, e talvez não o venha a reencontrar. Mas eu gostaria, sim, de dizer, que
mesmo que talvez essa palestra não tenha surtido efeito algum em outras pessoas,
ela mudou a vida daquela menina tímida que se escondeu no banco. Hoje, eu
subiria no mesmo banco para dizer que ainda estou na metade do caminho, mas que
estou feliz e dando o melhor de mim. No fundo, acho que é isso que importa. “
Ponto.
Falei!
É por essas e outras que sou
apaixonada por livros e que faço questão de participar e comprar um exemplar de
quem quer que seja na feira da minha cidade. Eu amo essa cidade, e amo saber
que ela dá tanto valor quanto eu a um evento maravilhoso como esse, e que
transforma vidas. Aos alunos, professores e comunidade em geral (olha lá minha
versão jornalista aflorando!) convido a todos a prestigiar e participar dessa
maravilhosa festa cultural. Ela pode não mudar nada em sua vida, mas uma
simples palavra, seja no papel ou dita, pode alterar o rumo dela para sempre, o
que acontece com frequência para mim por um bom livro.
A feira começa a manhã, 07 de agosto,
e se estende até o domingo, 9 de agosto. Fernando Tepasse será o patrono deste
ano, que terá também Mostra Literária Mário Quintana e Simões Lopes Neto. As
palestras? Quinta e sexta, com o patrono e a escritora Monika Pepescu. Além
disso, peças teatrais, oficinas de quadrinhos e brinquedos infláveis. O que tá
esperando para conferir?
Para encerrar, me alegrei em mostrar
meu lado “menos Cult” e mais divertido hoje cedo. Sorriam (a última foto é mais
bonitinha para não assustar muito), dediquem mais seu tempo à leitura e sejam sempre
muito felizes!
Aliás, vocês também gostam de ler?
Quero saber!!
Beijos,
Vanessa Preuss
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