segunda-feira, 15 de junho de 2015

CONHEÇA: PAUL E CHANEL


Uma nova história está no ar! O romance proibido entre Chanel e Paul se estabeleceu há cerca de sete meses dentro de mim, enquanto eu dava a vida à continuação de A Garota de Greenwich. E agora que minha querida Roberta e seus companheiros estão no forno da editora, resta sentar e.. Dar vida à essa nova história!
Sou suspeita para falar (muito!), mas essa história doida já não me deixa dormir! Preciso dar um rumo para a vida insensata de Paul e Chanel pra já!
P.S: Título feito provisoriamente. Capa idem.
Eis o começo:

"Para Chanel Pontes, Chicago parecia a cidade dos sonhos. Decidida a viver aventuras, a garota fruto de uma família viajante sabe -ou ao menos pensa saber -o que a cidade tem a lhe oferecer. Mas um emprego, notas médias e paqueras pra lá de divertidas ainda parecem pouco para ela. Ao abordar um homem misterioso na entrada de uma loja de souveniers, ela não imagina o quanto sua vida mudará. Depois de alguns encontros repentinos e envolventes, ela descobre fatos inusitados da vida dele. Paul Thomas não é um cara normal, e apesar de sua presença e características fortes, ele esconde segredos terríveis. E o fato de se apaixonarem completamente não impede que o destino cobre respostas cada vez mais exigentes. O segredo dele está prestes a emergir, e Chanel precisa decidir: Será ela capaz de suportar um romance proibido e perigoso como o de Paul? Até onde uma pessoa se arrisca por amor? Nesse romance, dois corações são elevados a situações sinuosas e à beira do abismo, que ensinam muito sobre o poder do perdão e do amor, e o quanto ele pode mudar pessoas para que haja um final feliz."

1-O ENCONTRO
Ele não tinha braços malhados nem o maxilar proeminente. Não tinha o abdômen sarado, mas seu par de olhos azuis me fazia dar trinta voltas no quarteirão, jogar um balde de água na cabeça e ainda morder a fronha. Ele tinha um sorriso deslumbrante, um jeito franco e a voz.. Jesus.. Que voz era aquela? Parecia vocalista de banda. De rádio. Aqueles homens comuns que transformam completamente o ambiente quando começam a falar. Eu ficaria ouvindo sua voz por horas e não me cansaria. Além disso, parecia humilde, gente boa, acionista em boas ações, cavalheiro, tinha as unhas das mãos cortadas e bem feitas. Ele não era homossexual como a maior parte dos meus mais divertidos amigos, tampouco personagem de uma coletânea literária. Seu nome era Paul, sua altura, 1 metro e 82. Eu nunca fui de reparar nisso, mas desde a primeira vez que o vi na frente de uma loja de souveniers em Chicago, fui sacudida por um choque tão violento que não consegui respirar por pelo menos vinte segundos. Minha melhor amiga me sacudiu pelos braços e me puxou para perto de um muro de tijolo a vista a pouco tempo de não sermos esmagadas pela massa de pessoas que vinham de todos os lados.
Olhei em volta, procurando o último deus da terra no meio de nós. Ceus, onde ele estava?
-Suzanne- girei os olhos para minha amiga corpulenta, totalmente bronzeada e de óculos escuros. – Onde ele está?
-Ele quem?
-O..Ah- dei-me conta de que não o conhecia, e o súbito pavor de o perder de vista me arrepiou. – Não sei seu nome. Ele estava aqui a pouco. Era tão... Lindo.
Fiquei confusa. Eu não o podia perder de vista tão depressa. A não ser que.. Droga! Puxei a mão de minha amiga e adentrei a loja.
-Qual a sua altura?
Assim que entramos, ouvi a atendente perguntar a um homem alto um pouco adiante de nós, logo que nos dissipamos do ar úmido e abafado de fora. Subi meu Ray Ban e tentei me concentrar na procura daquele ser majestoso. O ambiente fornecia pontos muito agradáveis de circulação de ar-condicionado, além de lembranças elegantes e caras para se levar para casa. Também, pouco à nossa frente, havia uma seção de roupas e presentes. Mas não tirei os olhos daquele ser fenomenal que estava diante de mim, diante da atendente, e meu coração deu um estalo violento quando ele começou a falar.
-Tenho 1m82.
Um metro e oitenta e dois. Brilho os olhos para cima, satisfeita de estar bem aprumada em meus 1m70 de saltos médios. Enfio-me entre os dois sem pensar e falo para ele:
-Você perdeu isso lá fora.
Coloco a mão no bolso de minha bermuda e cato qualquer coisa que eu possa ter. Os sorteados foram dez dólares, que se encolhem feito um rato em minhas mãos.
Estendo a nota para frente e puxo sua mão para colocá-la dentro. Minha amiga que já me olhava surpresa arregalou os olhos e a atendente me fuzilou com os olhos. Nem eu acreditei que conseguia fazer aquilo. Levei um chacoalhão tão forte dentro de mim que não sei como não tive um infarto na hora.
Esse homem era lindo, e de uma maneira totalmente injusta. Alto, sarado, moreno, dentes brancos e perfeitos, a voz de marfim. Segurei a pressão que já apitava em meu peito e tentei escancarar seus olhos confusos e sorridentes com convicção.
-Obrigado- ele falou, tão lindo quanto um pôr do sol no mar. – O que posso fazer para retribuir?
Reparei que ele não soltou minha mão.
-Você é amigo do Roger?
Ele me olha intrigado. De onde tirei esse nome, droga?
Tento consertar. –Bem, ele me disse que tinha um amigo parecido com você.
-Parecido comigo?- ele riu. –E sou parecido com o quê?
Ah, espertinho. Empunho o Ray Ban de volta para me armar.
-Alto, 1m82 - mostro os dentes implacáveis. – Além disso, olhos da cor do mar e uma voz de locutor.
Minha amiga geme do meu lado e a vendedora já está se retirando. Mas a eletricidade entre nós é nítida.
-Hum. Pode ser que eu preencha os requisitos- ele continua a sorrir.
Ele ainda não soltou minha mão em todo esse tempo. Dou graças a Deus que fiz minhas unhas no dia anterior; nesse exato momento estou sendo paquerada por um Deus que ainda nem sei o nome, mas que –sim- ficou interessado em mim da mesma maneira que eu nele. Espero profundamente que possamos tornar essa nossa descoberta ainda mais animada do que ela já está nesse exato momento. Óh, céus. O que deu em minha cabeça?"

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